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PE. IRINEU ROMAN, JOSEFINO DE MURIALDO, ORDENADO BISPO
Na quarta-feira, 19 de março, às 9h30min, na Igreja Matriz São José de Vista Alegre do Prata (RS), o religioso Josefino, Pe. Irineu Roman foi ordenado bispo auxiliar de Belém do Pará. Os bispos ordenantes são Dom Alberto Taveira Corrêa (Arcebispo de Belém), Dom Alessandro Ruffinoni (Bispo de Caxias do Sul) e Dom Celmo Lazzari (Bispo do Vicariato Apostólico de Sucumbios – Equador). O religioso escolheu “Vim para Servir” como lema de seu ministério episcopal.
PE. IRINEU ROMAN pertence à Congregação de São José - Josefinos de Murialdo. Ele foi nomeado Bispo auxiliar de Belém do Pará, pelo Papa Francisco, com publicação no dia 8 de janeiro de 2014.
Pe. Irineu Roman nasceu em Vista Alegre do Prata, Diocese de Caxias do Sul, em 10 de agosto de 1958. Filho de Marcelino Roman e Idolvina Biasotto Roman (in memoriam). Ele fez a sua profissão perpétua em 02 de janeiro de 1988, na Congregação de São José - Josefinos de Murialdo e foi ordenado sacerdote em 1° de janeiro de 1990.
Após completar seus estudos elementares no Seminário da Congregação dos Josefinos (1973-1978), frequentou o primeiro ano na Faculdade de Filosofia da Imaculada Conceição de Viamão (1979) e o segundo na Universidade de Caxias do Sul (1980). Iniciou o Bacharelado em Teologia no Instituto Teológico do Norte do Paraná, em Londrina (1984) e concluiu na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (1985-1987).
No decorrer do ministério sacerdotal ocupou os seguintes cargos: diretor do Seminário Josefino Fazenda Souza, em Caxias do Sul (1990-1991), diretor do Seminário Josefino Ana Rech, em Caxias do Sul (1992-1994), vigário da Paróquia de Santa Rita de Cássia de Planaltina, Arquidiocese de Brasília (1995-1998) e diretor do Seminário para vocações adultas (1996), diretor e tesoureiro da comunidade religiosa de Planaltina (1996-1998), pároco da paróquia de Santa Edwiges em Belém, Arquidiocese de Belém do Pará (desde 1999). Ocupou por vários anos a missão de Vigário Episcopal da Região São João Batista da Arquidiocese de Belém do Pará.
A DIOCESE DE BELÉM DO PARÁ (Dioecesis Belemensis de Para) foi ereta canonicamente pelo Papa Clemente XI, por meio da bula Copiosus in Misericordia, de 4 de março de 1719, a partir de território desmembrado da então Diocese do Maranhão, a pedido de Dom João V. Ela foi elevada à dignidade de Arquidiocese e Sé Metropolitana no dia1º de maio de 1906, por São Pio X.
Hoje, a Arquidiocese conta com uma população aproximada de 2.040.843 milhões de habitantes. Seu território é de 1.819,00 km² organizada em seis Regiões Episcopais compostas por 78 paróquias. Fazem parte da Arquidiocese os municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará. -
Pe. Antonio Lauri Oliveira de Souza na Casa do Pai
No domingo, 11 de outubro de 2020, o mestre de Noviços e ex-provincial da Congregação de São José (Josefinos de Murialdo) Padre Antônio Lauri Oliveira de Souza, 71 anos, faleceu em decorrência de um câncer severo. As últimas homenagens foram prestadas na Igreja Matriz de Ana Rech (Caxias do Sul – RS) com Celebração Eucarística, às 15h30min. Após, Pe. Lauri foi sepultado no Jazigo dos Josefinos, junto ao Cemitério daquela localidade.
O religioso nasceu em São Francisco de Paula (RS), no dia 01 de março de 1949, filho de José Ramos de Souza e Maria Rosa Oliveira de Souza e tinha 10 irmãos.
ETAPAS DE FORMAÇÃO
- Escola Primária – Escola Rural Isolada de Silva Lima: Pedra Lisa - Cazuza Ferreira – São Francisco de Paula (RS), de 1957 a 1962.
- Ensino Fundamental Escola Normal (preparação para professores rurais) - Colégio Murialdo de Ana Rech, Caxias do Sul (RS), de 1963 a 1966.
- Ensino Médio - Colégio Nossa Senhora do Carmo - Caxias do Sul (RS), de 1967 a 1969.
- Curso de Filosofia – Universidade de Caxias do Sul (UCS) - Caxias do Sul (RS), 1970.
- Início do Curso de Ciências Biológicas – UCS - Caxias do Sul, 1971.
- Finalização do Curso de Ciências Biológicas na UCS, Caxias do Sul, de 1974 a 1975.
- Curso de Teologia no Instituto Paulo VI – Londrina (PR), de 1979 a 1981.
- Pós-Graduação em Teologia – PUC - Rio de Janeiro, 1982.
- Curso EaD em Filosofia pelo Claretiano (incompleto por motivos de saúde) de 2018 a 2020.
- 1a. Profissão Religiosa: 24 de fevereiro de 1979 - Porto Alegre (RS).
- Votos Perpétuos:26 de fevereiro de 1982 - Porto Alegre (RS).
- Ordenação Diaconal:27 de fevereiro de 1982 - Porto Alegre (RS).
- Ordenação Presbiteral:01 de janeiro de 1983 – Distrito de Cazuza Ferreira (São Francisco de Paula – RS).
EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO
- Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens - Araranguá (SC), em 1983: Coordenador do Ensino Fundamental e Professor.
- EPESMEL - Londrina (PR), de 1983 a 1993: Coordenador de Ensino, Diretor e Pároco da então quase-Paróquia Cristo Bom Pastor (ad personam) 1985 em diante.
- Curso Forper - Roma, de 1993 a1994.
- Associação Protetora da Infância - Porto Alegre (RS), de 1995a 2004: Diretor da Comunidade, Coordenador dos Projetos Sociais e Pároco da Paróquia Santuário São José de Murialdo (1996 e 1997).
- Área Pastoral do Conjunto Palmeiras - Fortaleza (CE): Pároco, 2004 a 2009:
- Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Vila Luizão - São Luís (MA), 2010.
- Curso para Formadores – Roma e, após, na Comunidade de Fazenda Souza, 2011.
- Seminário Josefino - Fazenda Souza - Caxias do Sul (RS), 2012: Diretor de Comunidade e Mestre dos Noviços.
- Provincial, de 2013 a 2018.
- Centro Social Murialdo Santa Fé - Bairro Santa Fé - Caxias do Sul (RS), de 2019 a 2020: Mestre dos Noviços e Diretor da Comunidade.
Um homem apaixonado pela Vida Religiosa Consagrada. Referindo-se à esta opção, Pe. Lauri escreveu: “O mistério do amor de Deus me conduziu. Pergunto-me, quase que em tom de arrependimento: Por que não decidi antes? Tem sido um tempo de graça: tantas crianças, adolescentes e jovens que profeticamente suplicam um olhar, um cuidado, uma iluminação e alguma oportunidade; tantos adultos, idosos e doentes que, ao administrarmos os sacramentos, somos tentados a ajoelharmo-nos a seus pés e a beijar suas mãos. Planejo para ser dócil e santo instrumento, sempre segurado pela sua mão e vontade.” A síntese de sua consagração, de sua opção pela vida sacerdotal e de seu apostolado está no lema da sua ordenação sacerdotal: “Quem um dia acreditou no Reino e se encantou por Ele, não tem mais direito de viver descansado”, citando São Bernardo. E foi assim mesmo que o vimos. Viveu uma “vida pela vida, vida pelo Reino, como a vida dele: o Mestre Jesus”.
Um homem apaixonado pela Congregação de São José. Franzino na sua estatura física, todavia foi um grande líder: otimista, determinado, com grande senso crítico, atualizado, um homem à frente de seu tempo. Intelectual, de muita leitura e estudo, esteve sempre presente e comprometido com a organização e com as questões da Província, especialmente na atualização do carisma, bem como na dimensão apostólica junto às JuventudeS. Foi muito atuante e presente na vida de toda a Família de Murialdo (FdM), especialmente dos Leigos Amigos de Murialdo. Teve uma consciência sempre larga à questão missionária, sendo protagonista na abertura da comunidade de Juazeiro do Norte (Ceará) e da Faculdade Murialdo, em Caxias do Sul; dedicou-se à intercongregacionalidade, à interculturalidade e às questões importantes da Congregação. Inegavelmente, foi um grande divulgador do carisma de Murialdo pelo testemunho de vida doada, sobretudo, na alegria da vivência religiosa comunitária; nisso, ele foi um exemplo para todos. Nada de extraordinário, mas intenso, profético, amigo, irmão e pai no ordinário. Não tenho dúvida de que precedeu a muitos na vida de oração externada na serenidade, na bondade e na convicção nas tomadas de decisão. Um homem de Deus! Sempre e em tudo um sorriso para todos.
Carregou também sua cruz. Algumas tarefas, especialmente enquanto provincial, lhe tomaram importantes energias, contudo não se furtou em ir até o fim, no amor. Recordamos os embates na criação da ORGMUR, a coordenação da beatificação do Pe. Joao Schiavo, as questões delicadas num tempo de dificuldade econômica e de grandes fragilidades no interior da Província. Preocupava-se com a saúde física e espiritual dos confrades. No último ano, com a descoberta do câncer e das suas proporções, iniciou de forma consciente seu caminho de dor e de entrega nas mãos de Deus.
Padre ANTONIO LAURI. Descanse em paz. Você foi mestre na dança do amor, na dança da vida. Seu testemunho alegre e fiel de Jesus ressuscitado há de iluminar nossos caminhos, até que um dia, glorificaremos juntos, a Trindade Santa. Reze por nós. Precisamos, e estamos certos da sua intercessão. São Leonardo Murialdo te apresente ao Pai.
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JMJ lança logo do evento que acontecerá em 2023
Na sexta-feira, 16 de outubro, a logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 foi oficialmente apresentado em Lisboa, Portugal. A triagem inicial dos trabalhos foi feita por uma equipe de acadêmicos da Universidade Católica Portuguesa que selecionou as 21 melhores propostas.
As propostas foram avaliadas por profissionais da área do marketing e da comunicação, provenientes de agências comunicação presentes em Portugal, que elegeram três finalistas. Coube depois ao Dicastério para os Leigos, Família e Vida do Vaticano selecionar a proposta vencedora.
No atual contexto, o Comitê Organizador Local da JMJ Lisboa 2023 continua a dar prioridade às necessidades daqueles que têm sido afetados pela pandemia, sem perder de vista a organização do evento. As equipes de trabalho, em diálogo contínuo com a Santa Sé, prosseguem os preparativos deste encontro de jovens que, há mais de três décadas, é para todo o mundo sinal de esperança, união e solidariedade.
Logo Mariano que nasceu da delicadeza e serviço de uma jovem
A vencedora do concurso para a logo da JMJ foi a designer portuguesa de 24 anos, Beatriz Roque Antunes, a jovem que criou a imagem oficial da JMJ Lisboa 2023 diz que é preciso que os jovens não se acomodem, que construam uma sociedade mais justa e tomem o mundo nas suas mãos.
Como Maria, Beatriz esperou
Depois de ter enviado o seu trabalho para o concurso que escolheu o logo oficial da JMJ, a jovem esperou ansiosamente várias semanas por um telefonema. “Queria muito ganhar”, admite. “O meu pai diz ‘aquilo que nós queremos muito, muito Deus nos dá’. Eu lembro de ter uma conversa com ele e dizer: ‘mas eu quero muito pai, não dá para querer mais’. E ele me respondeu: ‘então faz a tua parte! Mais, não pode fazer.’”
Certo dia, Beatriz recebeu uma chamada telefônica: “uma vez, até me telefonaram do dentista e eu achei que podia ser alguém da JMJ”, conta, entusiasmada. “Depois, quando me disseram que era a vencedora, demorei um pouco a assimilar a notícia. Significa muito para mim. Não é todos os dias que posso colocar ao dispor da fé e da Igreja aquilo que acho que são os meus talentos.”
A criadora da logo conta que sua irmã e uns amigos estavam preparando uma proposta para o concurso do hino. “Fui acompanhando a reflexão que eles faziam sobre o tema e fiquei com vontade de fazer a minha parte”, conta, acrescentando que à medida que os dias passavam o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc1, 39) ganhava cada vez mais espaço na sua oração e no seu pensamento. “Decidi tirar uma semana de férias mesmo antes da data limite para a entrega do trabalho, e até ao último dia estive sempre trabalhando na proposta”.
Além da análise dos logotipos das diferentes edições internacionais da JMJ, Beatriz fez também uma pesquisa sobre marcas e imagens que trabalhassem a identidade nacional e promovessem a ideia de equipe. “Depois percebi que tinha duas alternativas: ou fazia uma proposta com uma identidade cristã assumida ou uma coisa que até podia ser legal, mas não tinha uma identidade marcada”, recorda.
“Escolhi a primeira hipótese.” Começou pela cruz, criou o caminho que a atravessa e, aos poucos, nasceu o rosto jovem de Maria. O terço surgiu mais tarde para assinalar a devoção portuguesa a Nossa Senhora de Fátima. “Como nos diz a passagem que é o lema da JMJ Lisboa 2023, Maria não se acomoda e vai visitar a prima. É esse o convite aos jovens: que não se acomodem, que façam acontecer, que construam e não deixem o destino do mundo nas mãos dos outros. Precisamos todos que os jovens tomem o mundo nas suas mãos.” “E Nossa Senhora não tem medo! Parece que quando temos Jesus conosco, há coragem, mas uma coragem ainda maior.”, disse a jovem.
Significados
Inspirado no tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39), tem a Cruz como elemento central. Esta é atravessada por um caminho onde surge o Espírito Santo. Trata-se de um convite aos jovens para que não se acomodem e sejam protagonistas da construção de um mundo mais justo e fraterno.
As cores: o verde, vermelho e o amarelo evocam as cores da bandeira portuguesa.
Cruz: a Cruz de Cristo, sinal do amor infinito de Deus pela humanidade, é o elemento central, de onde tudo nasce.
Caminho: tal como indica o relato da Visitação que dá tema à JMJ Lisboa 2023, Maria parte, pondo-se a caminho para viver a vontade de Deus, e dispondo-se a servir Isabel. Este movimento sublinha o convite feito aos jovens para renovarem ‘o vigor interior, os sonhos, o entusiasmo, a esperança e a generosidade’ (Christus Vivit, 20). Ao acompanhar o caminho surge, ainda, uma forma dinâmica que evoca o Espírito Santo.
Terço: a opção pelo terço celebra a espiritualidade do povo português na sua devoção à Nossa Senhora de Fátima. Este é colocado no caminho para invocar a experiência de peregrinação que é tão marcante em Portugal.
Maria: Maria foi desenhada jovem para representar a figura do Evangelho de São Lucas (Lc 1, 39) e potenciar uma maior identificação com os jovens. O desenho exprime a juventude própria da sua idade, característica de quem ainda não foi mãe, mas carrega em si a luz do mundo. Esta figura aparece levemente inclinada, para mostrar a atitude decidida da Virgem Maria.
Fonte: Portal CNBB
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Alegria dos “Josefinos de Murialdo” pela Carta Patris corde
O Padre Geral da Congregação de São José – Josefinos de Murialdo, Tullio Locatelli, nesta quinta-feira, 17 de dezembro, concedeu uma entrevista à Radio Vaticano e falou sobre a alegria da família religiosa pela publicação da Carta Apostólica Patris corde, assinada pelo Papa Francisco em 8 de dezembro passado e pela proclamação de um ano especial dedicado a São José.
Leia a entrevista com padre Túlio Locatelli:
São José "lembra-nos da responsabilidade silenciosa dos pais e de como os filhos são presentes e não propriedade". Entrevista com Padre Tullio Locatelli, Superior Geral da Congregação dos Josefinos de Murialdo, que fala sobre a relevância da Carta do Papa Francisco e o Ano de São José
Padre Túlio: Acolhemos esta Carta com grande alegria. A decisão de colocar a figura de São José no centro da reflexão da Igreja, juntamente com tantas outras questões atuais, foi uma grande alegria e uma grande surpresa para todos nós. Várias congregações escreveram ao Papa Francisco pedindo um gesto, um sinal especial, por ocasião do 150º aniversário da proclamação de São José como o santo padroeiro da Igreja universal e, portanto, quando esta Carta chegou com o anúncio do Ano de São José, sentimos verdadeiramente o Papa perto de nós e sentimos ainda mais o compromisso e a responsabilidade de apresentar a figura e a missão de São José. Portanto, muita alegria, grande surpresa, mas também grande responsabilidade, mas estamos felizes com isso.
O Papa fala de José como o homem da presença cotidiana, discreta e escondida. Define-o como um intercessor e um amparo, uma guia em momentos de dificuldade. Será que "passar despercebido" é uma característica deste Santo?
Padre Túlio: Esta característica o torna muito próximo de nós. Nem todos somos celebridades, nem todos estamos nas primeiras páginas. Mas cada um de nós vive uma vida comum, uma vida cotidiana, que não é menos significativa ou menos importante porque não é uma vida no centro das atenções. É bom pensar que quando no Evangelho, Jesus volta a Nazaré, e já é, digamos, um Jesus conhecido e famoso, em Nazaré eles dizem: mas não é este o filho de José? Então é verdade que os trinta anos de Nazaré foram vividos pela Sagrada Família no silêncio do mistério e no mistério do silêncio. Mas as pessoas sabem que Jesus é filho de José, como se dissessem que justamente essa atitude, esse estar em silêncio, guardou, educou, fez Jesus crescer. As pessoas reconhecem, portanto, que tudo isso foi feito por São José. Faz-nos recordar tantos pais e mães, tantas famílias, que no silêncio, deixam uma marca profunda na vida de seus filhos. Isto é muito bonito e é a razão pela qual sentimos que São José está perto de nós, também em nossas vidas normais, diárias - e por que não - inobservadas.
Na carta papal José é definido como um pai no acolhimento e na obediência, mas também como um pai trabalhador e com coragem criativa. Estas são definições que sublinham de forma sem precedentes sua profundidade espiritual.
Padre Túlio: Diria que este é um novo destaque no retrato espiritual de São José. Ele é um santo a quem são atribuídos os adjetivos "operário" e "artesão". O Evangelho menciona este ofício, ao trabalho de São José. É uma circunstância que o torna próximo de nós porque nos mostra que mesmo na Sagrada Família há alguém que é responsável pelos que são menores, mais fracos, mais frágeis e através de seu trabalho ajuda os outros a crescer, ele realmente se coloca a serviço deles. Mas é interessante este conceito de "coragem criativa" que Francisco introduz. Parece-me que o Papa quer nos dizer que José é o homem obediente, mas não é uma obediência passiva, de quem simplesmente o faz, mas de quem coloca toda sua inteligência, sua sabedoria, mas também sua responsabilidade em campo. Não é por nada que o Papa Francisco lembra que, ao voltar do Egito para Nazaré, São José pensou bem qual caminho seguir, que estrada tomar. A sua é uma coragem criativa que não é contrária à obediência, mas é a responsabilidade que se assume obedecendo. Por outro lado, São José é aquele que aceita profundamente um projeto de Deus, portanto, que não é seu. Por isso, sua criatividade não é contrária à obediência, mas expressa responsabilidade em face da obediência. É uma obediência completamente realizada e na qual se realiza a coragem criativa de José. Este aspecto me parece bastante novo. Talvez tenha sido mencionado no passado, mas não em tal profundidade e acredito que ajude os jovens em particular a aceitar a figura do Esposo de Maria.
O Papa sublinha que José nos ensina que a paternidade nunca é um exercício de posse, mas um "sinal" que se refere a uma paternidade superior. Qual é a atualidade desta advertência?
Padre Túlio: Talvez seja uma das advertências mais necessários para compreender o aspecto de serviço que a paternidade e a maternidade têm para com uma criança que é gerada na carne, mas que precisa ser gerada também no espírito. É acima de tudo uma advertência para desenvolver a atitude que se tem em relação a um dom. A criança é um presente e os presentes são para ser bem guardados, para serem defendidos, mas de alguma forma para serem devolvidos. O presente não é meu: é algo que recebi, que me foi dado e que percebo apenas na medida em que participo dele, o compartilho e, portanto, o devolvo. Por trás das palavras do Papa está a ideia de uma paternidade capaz de fazer crescer, educar e deixar partir. Uma paternidade que está ao serviço da vocação, do projeto do filho. Neste modelo de educação há um salto espiritual qualitativo, pois é um convite para descobrir o projeto de Deus. Junto com a geração da carne, há também uma geração do espírito e, portanto, há uma paternidade capaz de ser um sinal e aviso de uma paternidade maior do que a paternidade de Deus. Neste sentido, o casamento também não é um exercício de posse. É interessante que encontramos uma tradução que diz que José levou Maria "com ele" e não "para ele". São José, portanto, se apresenta com um coração livre, aberto e disponível: todos os sinais da paternidade e, antes de tudo, da paternidade de Deus.
Fonte: www.vaticannews.va/